O Presidente angolano destacou a gravidade da guerra no Sudão, sublinhando a influência de factores externos que agravam as tensões étnicas internas e dificultam a resolução do conflito. Apelou à mobilização dos Estados-Membros da União Africana e da comunidade internacional para intensificar a pressão diplomática, com vista a alcançar um cessar-fogo imediato e garantir a protecção dos civis. Reconheceu ainda as dificuldades enfrentadas pelos mecanismos de mediação existentes, como o processo de Jeddah, que até agora não conseguiu resultados concretos.
No seu discurso, enfatizou o papel do Comité Presidencial Ad-Hoc para o Sudão, do qual faz parte, e defendeu a necessidade de maior coordenação entre as iniciativas regionais e continentais. Apontou a importância do relançamento das acções do IGAD e do Comité, considerando que estes organismos podem desempenhar um papel crucial na busca de uma solução sustentável. Sublinhou também o compromisso de Angola, enquanto Presidente em Exercício da CIRGL, em apoiar esforços diplomáticos para facilitar o diálogo político no Sudão.
Apesar do cenário preocupante, expressou algum optimismo face aos sinais recentes de abertura por parte das autoridades sudanesas, nomeadamente a adopção de um roteiro para o diálogo político e a reconciliação nacional. Saudou a iniciativa como um passo importante para a pacificação do país e a futura transição para um governo civil. Por fim, reforçou a necessidade de uma resposta rápida e coordenada para evitar o prolongamento do sofrimento da população sudanesa e alcançar uma solução política duradoura.