A defesa do embaixador, que se encontra detido a pedido do Ministério Público, remeteu requerimento de impugnação da medida de coacção a que o seu defendido foi submetido, pelo que o juiz José Martinho Nunes (na função de juiz de turno) procede hoje à interrogatório de réu preso com vista a decidir mudança da medida impugnada. O embaixador Arcanjo Maria do Nascimento é defendido pelo advogado José Ferrão (o mesmo que defende Isabel Bragança no caso CNC).
Uma fonte próxima do Tribunal refere que a coincidência de casos sobre a alçada do mesmo causídico poderá condicionar o seguimento do julgamento do caso CNC. A solução encontrada foi prosseguir a sessão de hoje com audição de Augusto Tomás, enquanto se faz compasso para que o causídico da ré seguinte a ser ouvida chegue, na expectativa de que a outra causa não tome tempo excessivo.
Arcanjo Maria do Nascimento, ex-embaixador plenipotenciário de Angola, está detido preventivamente desde o mês passado a mando da PGR, que alega que pesam sob o mesmo “fortes indícios de ter cometido os crimes de peculato, corrupção passiva e branqueamento de capitais”, puníveis pelo Código Penal e pela Lei de Branqueamento de Capitais. A medida de coacção visa salvaguardar o interesse da investigação e instrução do processo crime nº 48/2018, que decorre na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP). Arcanjo Maria do Nascimento é diplomata de carreira desde 1986, tendo exercido a função na Etiópia entre 2011 e Junho de 2018, altura em que foi exonerado pelo Presidente da República, João Lourenço, por conveniência de serviço. Além deste cargo, foi representante permanente de Angola junto das Nações Unidas e das organizações internacionais em Genebra, Suíça.