Luanda, 18 abril 2023 (Lusa) Entre mortes, destruição e marés de lixo, as chuvas torrenciais que têm fustigado Luanda nos últimos dias estimulam também a criatividade e o empreendedorismo dos moradores da capital angolana em busca do sustento diário.
Em grande parte dos bairros, a população tenta escoar a água de casas e ruas inundadas com recurso a baldes e eletrobombas e recuperar alguns dos seus haveres entre as terras e lixo arrastados pela força das águas, enquanto exploram oportunidade de negócio.
Eduardo Diogo, mecânico de 23 anos e morador do município do Cazenga, um dos mais populosos da capital angolana é “fundador” da ponte que atravessa a vala de drenagem da “7.ª Avenida”, cobrando passagem a peões e motociclistas.
A vala, onde já morreram várias pessoas e se acumula uma maré de lixo que agora oculta a água é também poiso de mosquitos, e acolhe pontes precárias de tábuas de madeira, lixo e terra, onde os transeuntes arriscam travessias periclitantes.
Com preços que variam entre os 50 e 100 kwanzas (9 e 18 cêntimos), o jovem garante que usa o dinheiro para comprar material para construir novas pontes, guardando uma parte para si, e lamenta que apesar das reclamações feitas às autoridades governamentais continuem sem soluções para a perigosa vala.