A música angolana, com destaque para o estilo semba ou kizomba e os seus intérpretes, continuam a ser elogiados. São várias as pessoas, entre “a nova e a velha geração”, que diariamente, com mais frequência aos fins-de-semana, não desperdiçam uma ocasião para escutar uma boa kizomba ou dar um pé de dança com mestria de passadas clássicas e outras mais ousadas.
E quem a todo o custo não quer deixar o kizomba “desaparecer” é a organização do “Feskizomba Angola”. Para a 14ª edição do concurso de música, a África Cultura, promotora do evento, vai homenagear o cantor Dom Caetano.
De acordo com Aníbal da Silva, o autor do sucesso “Adeus à Hora da Largada” e “Nova Cooperação” tem ao longo dos anos procurado diversificar a sonoridade de alguns temas de sua composição, com a introdução de géneros musicais como a rumba, bolero, kilapanga, semba e a própria kizomba, interpretados em português e kimbundu.
Na generalidade, disse, os temas do homenageado da 14 ª edição do “Feskizomba Angola” falam sobre aspectos sócio-culturais de Luanda, abordando questões ligadas à espiritualidade, à própria sociedade, assim como a lugares e sítios com valor sentimental e histórico marcantes para os angolanos de uma forma geral.
Explicou que Dom Caetano é mentor de vários sucessos que retratam as vivências dos angolanos, dos musseques, tradições e crescimento económico, com destaque para “O Mistério e o Segredo”, “Dizanga Dya Wanga”, “Lagoa do Feitiço”, “Saneamento Financeiro”, “Complexo Social”, “Irmandade humana” e os sucessos do CD “Esperança Divina”, que estão incluídos no “Nova Cooperação” e “Vizinho”, em homenagem ao guitarrista Zé Keno e ao músico Beto de Almeida, a título póstumo.
Para Aníbal da Silva, Dom Caetano ainda tem muito por transmitir aos jovens sobre a música urbana angolana, um trabalho que tem feito há cinco décadas.
Dom Caetano, que nasceu em Luanda no dia 25 de Abril de 1958, tem um percurso artístico invejável. Subiu ao palco pela primeira vez em 1973, no Centro Cultural ‘Os Anjos’, no Sambizanga, província de Luanda, e foi acompanhado pelo conjunto “Os Astros”. Nesse mesmo ano, em companhia de alguns amigos dos bairros Mota e Cabuite, formou o conjunto “Os Sete Amigos”. Ainda em 1973, esteve ligado ao “Surpresa 73”, do Rangel, como guitarrista baixo. Passou, também, pelos “Sete Incríveis”, do Sambizanga. Entre 1976 e 1979 actuou como vocalista no “Combo Revolucion”, em Havana, Cuba.
De 1985 a 1996, fez parte, ainda como vocalista, dos Jovens do Prenda e passou, também, pelo Instrumental 1º de Maio. De 1999 a 2001, actuou pela Banda Movimento, que na altura pertencia ao Movimento Nacional Espontâneo. De 2003 até à presente data, está ligado à Banda Movimento da Rádio Nacional de Angola. Dom Caetano é detentor de vários prémios e distinções, conquistados ao longo da carreira, e um dos cantores mais respeitados e admirados no país.