O Dia da Cultura Nacional em Angola foi instituído pelo Decreto-Lei nº 21, publicado no Diário da República nº 87, I Série, em novembro de 1986, em homenagem ao discurso emblemático proferido pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, em 1979. Este discurso, realizado na cerimónia de tomada de posse dos corpos gerentes da União dos Escritores Angolanos, em Luanda, destacou-se como uma reflexão profunda e estruturante sobre a Cultura Nacional, tornando-se uma referência central nos debates sobre a identidade e a cultura angolana. A efeméride celebra o compromisso com a valorização da cultura como elemento essencial do desenvolvimento social e espiritual da nação.
No discurso, António Agostinho Neto afirmou que “a Cultura não pode se inscrever no chauvinismo, nem pretende evitar o dinamismo da vida”, sublinhando o seu carácter dinâmico e transformador. Para Neto, a evolução cultural é intrinsecamente ligada às condições materiais de cada etapa histórica, correspondendo a diferentes formas de expressão e materialização. Este entendimento visionário consolidou-se como pilar das políticas culturais angolanas e continua a inspirar as celebrações do Dia da Cultura Nacional, reafirmando a importância de uma cultura inclusiva e em constante evolução.